segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Ex-secretário-geral da Otan afirma que Putin poderia atacar um país báltico

O presidente russo, Vladimir Putin, tem ambições que vão além da Ucrânia e poderia atacar um país báltico para testar a determinação dos países ocidentais, afirmou o ex-secretário-geral da Otan Anders Fogh Rasmussen no jornal britânico The Daily Telegraph.
As declarações de Rasmussen coincidem com a visita a Moscou do presidente francês, François Hollande, e da chanceler alemã, Angela Merkel, para tentar convencer Putin a aceitar um novo plano de paz para o leste da Ucrânia, onde os combates se intensificaram nos últimos dias entre rebeldes pró-Rússia e as forças de Kiev.

"É preciso olhar além da Ucrânia. Putin quer devolver à Rússia sua posição de grande potência. Há muitas probabilidades de uma intervenção no Báltico para testar o artigo 5 da Otan", afirma Rasmussen.
O artigo 5 do tratado do Atlântico Norte estipula que um ataque contra o exército de um dos países membros "será considerado um ataque contra todas as partes" e que, em consequência, estas assistirão "parte ou as partes atacadas", usando a força se necessário.
"Putin sabe que será vencido se cruzar a linha vermelha e atacar um aliado da Otan. Mas é um especialista da guerra híbrida, que mistura diferentes tipos de operações para desestabilizar um Estado", completa Rasmussen. 

A situação na Ucrânia e a anexação da península da Crimeia pela Rússia em março de 2014 preocupam os três países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) que após décadas de ocupação soviética temem as ambições territoriais de Moscou.
Os três países, membros da Otan desde 2004, aumentaram os orçamentos militares nos últimos meses.
Países Baltícos: 
Estônia, Letônia e Lituânia formam os Países Bálticos, essas nações estão localizadas na porção nordeste do continente europeu, na costa leste do mar Báltico. Juntos, possuem extensão territorial de 174.800 quilômetros quadrados e população de 6.876.172 habitantes.

Essas três nações integraram a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e declararam suas independências em 1991, passando, portanto, a serem Estados autônomos.
Com o fim da URSS em 1991, as ex-repúblicas soviéticas, juntamente com a Rússia, criaram a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que consiste num bloco econômico cujo principal objetivo é estabelecer um sistema econômico e de defesa entre as nações. 

De todas as ex-repúblicas soviéticas, somente os Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) nunca integraram a CEI, pois essas nações, desde a independência, sempre tentaram diminuir as relações políticas com a Rússia, principal integrante do bloco.

Atualmente, os Países Bálticos são membros da União Europeia (UE) e apresentam elevadas taxas de desenvolvimento econômico: média de 6% ao ano. O desenvolvimento social também tem sido promovido nessas nações, com elevações constantes no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

No entanto, os Países Bálticos apresentam problemas vinculados ao período de integração na União Soviética. Todas essas nações possuem uma parcela da população de origem russa, na Estônia e na Letônia, por exemplo, 30% da população é de origem russa. Esse fato faz com que a Rússia exerça forte pressão na política interna desses países, tentando exercer influência nos assuntos políticos e econômicos da região.

Dados dos Países Bálticos:


Estônia:
Capital: Tallinn.
Extensão territorial: 45.230 km².
Idioma: Estoniano.
População: 1.283.771 habitantes.
Densidade demográfica: 28 hab./km².
População urbana: 67,6%.
Moeda: Coroa estoniana.
Produto Interno Bruto (PIB): 22,3 bilhões de dólares.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,840 (muito alto).

Fonte: yahoo Notícias e Brasil Escola

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