sábado, 6 de setembro de 2014

A Perda da Individualidade Humana

Diante do grande poder de influencia exercido pela mídia, através de jornais impresso e televisivo, internet, rádio, etc. sobre a vida cotidiana do cidadão terráqueo, onde ideias prontas muitas vezes produzidas para fins de interesses próprios são sorrateiramente imbuídas e aceitas com certa facilidade entre a maioria dos cidadãos, tornando-se um senso comum sem fundamentação, ou seja, as pessoas muitas vezes não sabem por que concordam, mas somente porque foi divulgado pela imprensa concordam, nos vemos diante de um grave problema: A perda da individualidade humana, roubada pela massificação midiática globalizada.

Há quem diga: no futuro teremos sérios problemas. Ei, nós já estamos nesse futuro de problemas! Um exemplo disso é o consumismo e o materialismo sobrepondo-se ao sentimento e a real importância que possuem, por exemplo, as datas comemorativas expostas no nosso calendário cristão. Isso porque as propagandas cada vez mais persuasivas distrai a atenção do cidadão dando a ideia de que sem presentes não há comemoração, ficando em segundo plano o estar junto, o abraçar, o beijar, o eu te amo.

Outro exemplo, recente, foi como a mídia se colocou diante da morte do presidenciável Eduardo Campos, morto em um acidente de avião no ultimo dia 13 de agosto. O sensacionalismo era visível. Entendo que Campos era um político que teve uma carreira memorável, amado pelos brasileiros, e suas ideias eram aceitas por muitos dos eleitores, inclusive por mim, mas aquele alvoroço mais parecia uma invasão de privacidade diante daqueles que choravam genuinamente.

Enquanto isso a audiência da rede globo ultrapassava as demais emissoras de televisão. Quantos empresários pagariam milhões para ter sua propaganda divulgada naquele horário, porque o retorno é garantido! Milhões de brasileiros e estrangeiros, inclusive eu e você, estávamos diante da TV.

Outro problema enfrentado naquele velório, não foi somente as câmeras das emissoras de TV, que filmavam até as lágrimas dos familiares, mas também os selfies dos sem noção que lá estavam. Acredito que todos queriam uma foto daquele momento para repassar para a posteridade, ou seria para postar nas mídias sócias dizendo eu também estive lá?

O comportamento da mídia e dos sem noção que lá estavam é questionável. Enquanto o corpo de Campos era levado para o seu destino final, selfies, flashes, correria para pegar o melhor ângulo e assim poder tirar a melhor foto, registrar a melhor imagem. Nunca mais o veremos com vida! Será que alguém além dos familiares e amigos íntimos que lá estavam pensaram nisso?

Mas, se eu e você, que está lendo este texto agora estivéssemos lá agiríamos diferentes?  Colocaríamos em prática tudo o que aprendemos com os mais velhos sobre comportamento em velório e respeito pela dor do outro?

Reconheço a importância que tem o papel da mídia no sentido de informar, denunciar, eu faço parte desse mundo midiático como agente ativo, sou radialista e blogueira, mas quero dizer para todos que chegarem a ler este texto, que devo pensar e repensar a cada matéria escrita por mim, não posso colocar os meus interesses acima do respeito à vida humana, mas isso é uma questão de escolha!

Vera Cavalcante